[FUGSPBR] Re: (linux-br) O porblema do Free Software (era: Exchange) - Longo e sem intenção de gerar flamewar...

Henrique Cesar Ulbrich henrique em digerati.com.br
Seg Nov 25 13:04:54 BRST 2002


Olá Claudio!
Há quanto tempo!

Não é minha intenção advogar contra ou a favor, mas às vezes uma provocação 
é boa para revolver um pouco as idéias.

(desculpe pelo quote excessivo)

Historiadores acreditam que, em Sab 23 Nov 2002 19:03, Claudio Matsuoka 
disse:

> O OpenExchange server da SuSE custa $1250, mas ainda assim é mais
> em conta que um sistema Windows equivalante.

Se vc computar aí as horas do cara que vai instalar, não.
.
.

> A comunidade de free software é unida e tem boa vontade para ajudar desde
> que para uso não comercial/fins lucrativos... as mesmas pessoas ... passar
> a negar informações ou recomendar ... profissionais. Parece justo etc...

Concordo plenamente. Mas se o "consultor" cobrar mais caro que a solução M$ 
sozinha, ou mesmo se o custo ficar só um pouco mais barato, o empresário 
vai preferir a solução que  ele já conhece. A história do barato sai caro, 
os mitos e fuds, tudo isso que jpa conhecemos.
.
.

> Depende da aplicação que o usuário final precisa. 

Ele estava se referindo ao Linux como estação de trabalho. Para algumas 
tarefas, isso (abrir console e digitar comando) ainda é necessário, ou 
porque não ha GUI implementada ou porque é ineficiente ou porque ainda é 
mais fácil fazer por linha de comando.

> O usuário típico ... roda um punhado de aplicações ... cada usuário tem um
> punhado diferente. um conjunto de aplicações mínimo ... impossível.

Sim, ele quer ler email, jogar, navegar na internet e editar textos e 
planilhas. Veja, estou falando do usuário final, não do desenvolvedor nem 
do adm. sistemas.

> Uma alternativa é agrupar um conjunto mínimo em um CD e deixar o resto
> nos demais 422, que podem ser jogados fora ou usados como suporte de copo
> por quem não se interessar por eles.

Outra alternativa é fazer um OS enxuto, só com o mínimo necessário pra 
funcionar, e o usuário que adquira (ou baixe) as coisas que ele precisa 
depois.

Como o (AAAAARGH!) CD de instalação do Windows, que não tem nada além do 
windows e uns poucos acessórios e jogos.

 Mas claro, aí caímos naquela velha discussão de quando eu estava na RdL: 
padrões, LSB, FHS, one package fits all...

> Não vejo problema em usar qualquer padrão desde que ele seja aberto. O
> que usualmente acontece é que não existe documentação e proíbe-se
> engenharia reversa.

Até onde sei, o padrão Unicode é aberto, certo? Porque não há 
compatibilidade com o filesystem fat32, que codifica os nomes dos arquivos 
em UTF-16?

>   http://www.oasis-open.org/news/oasis_news_11_20_02.shtml
>   http://news.com.com/2100-1001-966691.html?tag=fd_top

Eu vi isso. É um comportamento deplorável de quem está tentando segurar o 
mercado com cabresto e não com inovação ou qualidade tecnológica. Mas vc 
tem alguma dúvida de quem vai ganhar a briga no cabo de guerra?

> Produtos Microsoft também exigem suporte, e não é barato.

Há o suporte limitado de quando vc compra a licença (ok as distros Linux tb 
têm).  Mas para ele foi muito mais fácil configurar o Exchange sozinho do 
que montar uma solução LDAP+Cyrus "from scratch". 

Ele disse que o Exchange dele é legal, e que, no caso dele, era mais barato 
que o SuSE Mail Server III. Não sei se o Exchange dele era legal mesmo, mas 
de qualquer forma ele ficou mais feliz.

É claro que as pessoas estão mal acostumadas, mas se há barulho nesse 
sentido (facilidade e custo) é porque há algum problema, mesmo que seja 
menor do que esse pessoal faça parecer.

> Existe um motivo para que alguns produtos e serviços tenham um custo. No
> linux (e Unices em geral) há a opção de pagá-lo contratando um serviço ou
> fazendo o trabalho sozinho. Com o Exchange não há escolha.

Mas vc há de concordar que é mais fácil colocar o Exchange. Ou estou errado?

> Em outras palavras: "eu quero cerveja gelada, mas não quero comprar
> cerveja já gelada, nem pagar para alguém gelá-la para mim, nem quero
> comprar/alugar uma geladeira nem construir uma geladeira sozinho."

Muito pelo contrário. O que ele disse foi que preferia comprar a geladeira 
pronta e só ligar na tomada do que botar o gás na serpentina. Ele estava se 
referindo ao modelo meio "low-level" de configuração e integração entre os 
programas. Ele, como administrador de uma rede, não quer perder tempo e 
esquentar a cebeça com configurações complicadas (como, aliás, 99% dos adms 
por aí - que, sim eu sei, deixam as configurações padrão e são invadidos 
por isso).

(em tempo: em "low level" eu quis dizer ter que configurar aquivos texto 
complicados em vez de uma interface pont and click, e não que as soluções 
sejam piores tecnologicamente)

Vc poderia me falar em Webmin, Linuxconf, configuradores do RH8, Synaptic, 
YaST, DrakeConf etc etc etc... mas eles sempre deixam alguma coisa pra 
trás, e em alguns deles as telas apresentadas não fazem sentido ou são 
incompletas.  Vc SEMPRE acaba tendo que ir pra linha de comando, e quem vem 
de um mundo MS-Driven tem horror a isso.

Ou, como disse um jornalista da Info: "O Software Livre sempre parece uma 
promessa muito boa, pena que nunca fica pronto..."
-- 
Henrique Cesar Ulbrich
henrique em digerati.com.br

     "Once the rockets are up,
      who cares where they come down?
      That's not my department,
      says Werner von Braun."
                        Tom Lehrer

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