[FUGSPBR] Desmistificando o SCSI

[Joao Rocha Braga Filho]

João Carlos Mendes Luís wrote:

>>    Outra coisa é que os IDE, em geral, não são feitos pensando na
>> mesma carga que o SCSI. Os IDE são feitos pensando usuários médios
>> e com isto dão somente garantia de 1 ano. O SCSI não feitos, em geral
>> para uso intenso por um longo período, e muitos tem garantia de 3 anos.
>> Já vi até garantia de 5 anos.
>
>
>     Isso é mais consequencia do mercado que da qualidade.  O mercado 
> de SCSI EXIGE garantia de 3 anos ou mais, o de IDE já se satisfaz em 
> geral com os 3 meses da lei do consumidor.
>
>     Os fabricantes de IDE com representante no Brasil tem garantias 
> boas (Samsung = 3 anos).
>

    A Seagate tem modelos de IDE de 3 anos, e modelos de 1 ano. Por exemplo,
o SATA de 120 GB tem garantia de 3 anos (ST3120026A se não me engano).

>     Um amigo meu disse uma vez uma frase muito séria Mais importante 
> que a garantia do HD, que apenas vai recuperar o custo do HW, é a 
> garantia dos dados, que nenhum fabricante dá.


    Tem empresas que fazem a recuperação de dados, mas já vi casos no qual a
cabeça "aterrissou" no disco, e em alta rotação equivale a um arado.

>     Ou seja, cobremos preços bem caros pelo HD.  Se queimar, tá pago 
> no overhead.
>

    Tem um caso no qual montaram um array de 576 HDs IDE de 160 GB 
Maxtor com
3 anos de garantia. No primeiro ano 3 apresentaram defeito.

>>> P) Meu SCSI é Ultra 360, claro que isso é mais rápido que o seu IDE 
>>> ATA133, não?
>>
>>
>>    É 320, e não 360.
>
>
>     Pior ainda.   ;-)
>
>>> R) Claro que não.  Essa é apenas a velocidade de barramento.  O SCSI 
>>> tem que ser mais rápido pois podem ter até 15 equipamentos usando o 
>>> mesmo barramento: 360/15 = 24MB/s, enquanto o IDE só tem que dividir 
>>> com até 2 equipamentos: 133/2 = 66MB/s.   E agora, quem ficou mais 
>>> rápido?  Na prática, quem limita a velocidade real do disco é a 
>>> mídia.  Verifique o parametro do fabricante chamado "sustained 
>>> transfer rate".
>>
>>
>>    A "sustained transfer rate" varia segundo a trilha, pois o número de
>> setores varia de acordo com as trilhas.
>
>
>     Os fabricantes costuma dar o range inicial-final, ou a média.  
> Nunca vi ser maior que a metade do burst rate.


    Os mais altos que eu soube passavam dos 60 MB/s.

>
>>> R2) Com o tagged queueing, o computador pode pedir até 255 (depende 
>>> do HD e da controladora) grupos de setores de uma única vez, em cada 
>>> HD, enquanto o IDE estáq limitado a apenas 1 em cada controladora.  
>>> Enfim, uma diferença real de desempenho.
>>
>>
>>    Sob carga pesada isto implica em menos overhead do sistema, e menos
>> tempo ocioso do disco esperando pelos próximos comandos. Aumentando
>> o desempenho total do sistema. Sob uma carga baixa o tagged queueing
>> pode não representar um ganho significativo.
>
>
>     Mais que overhead, o tagged queueing permite que o disco otimize a 
> ordem de busca dos setores dentro dele.  Alguns sistemas operacionais 
> já tenta fazer isso, mas o disco sempre vai fazer melhor, pois somente 
> ele sabe onde a cabeça está naquele momento.


    Eu vi um artigo sobre uma controladora que tentava fazer isto, a uns 15
anos atrás. Mas na época os HDs não tinham eletrônica suficiente para fazer
isto, e não rodavam tão rápido.

>
>     Chegaram a sair alguns discos IDE (ATAPI) com tagged queueing, mas 
> acho que a idéia não vingou.
>
>     Para quem não entendeu, ATAPI e exatamente igual a SCSI, só que 
> usando os comandos IDE.  Tanto que hoje o FreeBSD tem o suporte ao 
> Tagged Queueing no IDE, e o atapicam, que é uma interface que permite 
> enviar comandos SCSI nativos para dispositivos ATAPI, como CDROMs, etc.


    Igual mecanicamente, e nos controladores de cabeça e rotação, mas muito
diferentes na inteligência, no modo de agir.

>
>>> Se a diferenca de preço entre SCSI e IDE fosse no máximo de uns 50%, 
>>> ou até 100% eu ainda pensaria no caso.  Com os preços que estão 
>>> hoje, só para servidores high-end, e mesmo assim a definição de 
>>> servidor high-end hoje em dia costuma ser mais modesta que micro de 
>>> usuario de joguinho de windows.
>>
>>
>>    E joguinho não faz acesso pesado à disco, tal como um banco de dados.
>
>
>     Hoje em dia, eu não garanto mais nada sobre joguinho...
>
>     Fiquei sabendo que a interface do Unreal Tournament está sendo 
> usado para criar programas de treinamento para o exército americano.  
> Virtual reality, now!


    Um Police Quest da Sierra estava sendo usado para treinamento de 
policiais
a 10 anos atrás.

>
>>    Tem ums outra coisa importante com os discos SCSI, pelo menos com as
>> controladores Adaptec.  A controladora tem o software de teste do 
>> disco e de
>> reformatação física. Problemas de bad sectors podem ser testaros e 
>> resolvidos
>> com a ajuda da controladora. O IDE não tem este recurso, o que o 
>> torna mais
>> descartável.
>
>
>     O problema não é de controladora, mas de BIOS.  Se sua BIOS tiver, 
> ótimo, mas ninguém se interessa por isso.
>
>     De qualquer forma, todos os fabricantes que conheco permitem 
> download de programas para fazer esse tipo de coisa.
>
>     Note que nos discos modernos não é possivel formatar de verdade.  
> O que se faz é escrever zeros nos setors, e ler para ver se está ok.  
> Tanto em IDE como em SCSI.  O tal comando da Adaptec é um único 
> comando SCSI, de timeout gigante, que pode ser dado pelo camcontrol.  
> man camcontrol.  Nos discos modernos, esse comando é interpretado como 
> a ordem para fazer a escrita de zeros.


    É uma pena não fazer a formatação física. Isto poderia resolver 
alguns casos de
bad sector, refazendo os cabeçalhos dos setores, etc.


       João Rocha.


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