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Crnica: O Maior Software j Escrito em Todos os Tempos. PDF Imprimir E-mail
Por Redao FUG-BR   
16/08/2006
ndice de Artigos
Crnica: O Maior Software j Escrito em Todos os Tempos.
Parte 2

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At a lua e de volta, graas a rotina de software.
Charles Babcock um dos principais redatores da revista eletrônica sobre tecnologia da informação, Information Week disserta em uma crônica onde analisa algumas das principais tecnologias criadas pelo homem para tentar classificar: O Maior Software Escrito.

Babcock considera softwares pouco lembrados, como o Sabre da American Airlines, ou programas que sequer eram softwares, como o Colossus. Remete-se a clássicos como IBM 360 e Deep Blue, para finalmente concluir qual o maior programa de computador já escrito em todos os tempos. O autor define critérios claros para suas conclusões: 
"Desenvolvimento de fato superior só pode ser julgado dentro de um contexto histórico. Deve representar uma inovação, brilhantismo técnico, algo difícil que antes de tal software, não poderia ser conseguido. E deve ter plena adoção no mundo real. O Colossus transformou um processo mecânico de grafia em eletrônica -- foi uma espécie de computador pioneiro -- e ofereceu um serviço útil ao acelerar a tradução do telégrafo codificado. O Colossus mais que fez história, ajudou a história a tomar forma."

Ao revisar as maiores e mais impactantes criações tecnológicas da história, o autor repassa pela criação dos sistemas operacionais, da interface gráfica com o usuário, planilhas eletrônicas, da Internet, do Unix, TCP/IP, DNS, correio eletrônico, editores de texto e conclui: 

"O Maior Software de Todos os Tempos, com o mais amplo impacto no mundo todo foi o BSD 4.3. Outros Unix tornaram-se sucesso comercial mais bem sucedido, mas as conquistas cumulativas conseguidas nos sistemas BSD, especialmente versão 4.3, representaram picos incomparáveis de inovação. O BSD 4.3, representa sozinho, a maior revolução da Internet. Mais que isso, a paixão que envolve o Linux e código aberto é apenas uma ramificação direta dos ideais criados no BSD: amor pelo poder computacional e a crença que este deve ser uma extensão do poder intelectual humano, disponível sob todos os preceitos de liberdade -- poder de intelecto, este que coloca o homem em seu devido lugar no universo."

A tradução dessa crônica foi republicada internamente na FreeBSD Brasil LTDA, e essa tradução você acompanha na íntegra agora, aqui na FUG-BR.


O Maior Software já Escrito em Todos os Tempos

Por Charles Babcock, 14 de Agosto de 2006

Sem exceção, todo profissional de tecnologia pode opinar de forma rápida sobre qual o maior software já produzido, mas quando reserva-se um tempo para avaliar o que torna um software realmente brilhante, as escolhas não são tão óbvias.

Uma das mais significantes criações da programação que conheço, não era sequer um software. Antes dos britânicos construirem a máquina Colossus, que traduziam os códigos de telégrafo dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, os aliados demandavam seis horas para decodificar uma mensagem, e mais de um dia para interpretar essas informações junto à inteligência, chegar a conclusões e finalmente repassar essas informações ao comando militar. Depois da Colossus, os aliados conseguiram decodificar essas informações imediatamente ao interceptá-las, e assim, ter um panorama visual de todas as atividades militares alemãs na Inglaterra -- informações usadas pelo General Dwight Eisenhower para, com segurança, lançar o ataque do Dia D.

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IBM 360
Colossus foi construída em 1944 para realizar operações Booleanas em formulário contínuo gerado na máquina na grandeza de 30 milhas de papel por hora. Sua lógica era literalmente integrada e dependente da máquina. É, talvez, o maior software que nunca foi escrito.

Mas então, a que conclusão isso nos leva? Primeiro, vamos definir critérios para avaliar o que torna um software grandioso. Desenvolvimento de fato superior só pode ser julgado dentro de um contexto histórico. Deve representar uma inovação, brilhantismo técnico, algo difícil que antes de tal software não poderia ser conseguido. E deve ter plena adoção no mundo real. A Colossus transformou um processo mecânico de grafia em eletrônica -- foi uma espécie de computador pioneiro -- e ofereceu um serviço últil ao acelerar a tradução de telégrafo codificado. Colossus mais que fez história, ajudou a história a tomar forma.

Outro exemplo de grande programação foi o sistema 360 da IBM. O software foi escrito como o primeiro sistema operacional de propósito geral, em 1964. Muitas das verdades que conhecemos hoje sobre software -- por exemplo, que projetos simples são melhores que os complicados, que poucos programadores habilidosos conseguirão melhores resultados do que pelotões de programadores igualmente habilidosos -- são originados do livro de Frederick Brooks sobre o projeto do 360, The Mythical Man-Month, da editora Addison-Wesley Professional de 1995. Brooks já sabia a quantidade de problemas que poderiam ocorrer com grandes projetos de software, antes que o projeto 360 tivesse início. De fato, ele era um crítico sobre como a IBM deveria gerir o projeto; ele considerava que os potenciais de falha eram muitos. Suponho que seja por isso que a IBM o tornou responsável pelo projeto.

Muito esperto. O resultado foi o primeiro sistema computacional capaz de executar aplicações distintas ao mesmo tempo. Originou a linha de mainframes da IBM, que posteriormente evoluiu até a Série 370 e atualmente na zSeries. Até hoje, esses sistemas são compatíveis com o sistema operacional IBM 360 de Brooks. O que me faz lembrar de outro atributo de um grande software: tornar-se tradicional. Ficou e está há tanto tempo no mercado, que não pode ser fácilmente substituído.

Reconhecemos sua grandeza

Todos concordam que o IBM 360 foi um dos maiores softwares ja escritos. Sua grandiosidade é facilmente avaliada dadas suas longas perspectivas históricas. Contudo, quanto mais perto ficamos do presente, mais difícil fica classificar os grandes softwares. 

Bem, ainda temos torpedos. Com grande inspiração o coloquei em minha lista de grandes softwares ja escritos, partindo da Colossus até o presente. Consultei os gurus James Rumbaugh; Stuard Feldman, o presidente da Associação de Maquinários Computacionais, a investidora Ann Winblad e Gary Morgenthaler; os criadores da linguagem de scripting PHP 3.0, Zeev Suraski e Andi Gutmans; e meu pequeno irmão, Wally. Essa lista todavia, continua bastante pessoal. Os que a considerarem sábia e com escolhas inspiradas, me envie uma mensagem de correio eletrônico no endereço ao final dessa crônica. Aos que considerarem de mal gosto, sem fundamentos ou horrivelmente ignorante, enviem sua mensagem ai Wally, ex estrela profissional de basketball de aproximadamente 2,10 metros de altura.

Sempre fiquei impressionado com a nave espacial Apollo e seu sistema de orientação, criado pelo Laboratório de Instrumentação do MIT. Em 1969 esse software levou a Apollo 11 para a lua, desconectou o módulo lunar, pousou-a na superfície da lua e trouxe três astronautas de volta para casa. Tinha que funcionar na pequena quantidade de memória disponível no computador Raytheon que estava onboard na nave. O software tinha 8 Kbytes, menos que um driver de impressora hoje em dia. E não poderia haver a menor hipótese de reboot em caso de falha no sistema, quando a nave estivesse fazendo a re-entrada em atmosfera terrestre. Felizmente o Windows não estava realizando o serviço.

O sistema de orientação da Apollo hoje pode parecer software de rotina, do ponto de vista da sofisticação tecnológica. Sistemas de navegação muito mais complexos são operados hoje em dia. A essência do sistema era um conjunto de algorítimos conhecidos baseados em lógica comprovada. Mas para mim, ainda é Ciência Espacial. Grandes softwares nos impressionam pela segurança com que desempenham corretamente tarefas que tem tudo para dar errado.

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Colossus, o maior software jamais escrito.
Aos que não se impressionam pela relativa simplicidade do sistema espacial da Apollo, pergunto: Você colocaria sua vida sob dependência de um sistema mais complexo? Por exemplo, o Sistema de Automatização BAE, software que supostamente deveria manusear as bagagens no Aeroporto Internacional de Denver, projetado em dois supercomputadores de processamento paralelo. Em sua data de lançamento, outubro de 1993, direcionou tanta bagagem para os aviões errados que a cidade teve que adiar a inauguração do aeroporto em 16 meses. O prejuízo consequente para a cidade foi equivalente a 1.1 milhão de dólares por dia.

Apenas para ilustrar, nossas vidas já estão nas mãos desse tipo de software. A Administração da Aviação Federal nos EUA gastou centenas de milhões de dólares, não apenas uma, mas três vezes tentando construir um sistema efetivo de tráfego aéreo. Jogou fora cerca da metade do que criou, tecnologia avaliada em 144 milhões de dólares, enquanto a outra metade desse montante, a metade que se tornou o sistema em uso, frequentemente falha ou para completamente. Grande software? Dou preferência para o sistema de orientação da Apollo. Para que um software seja considerado um sucesso, o mínimo que se espera é que ele consiga realizar as tarefas à que foi criado.

Certamente tal axioma se aplica ao VisiCalc, o primeiro software de planilha eletrônica. Ele é grande, pois demonstrou o potencial da computação pessoal. O software colocou nas mãos de cada empresa a possibilidade de analisar e manipular enormes quantias de dados matemáticos. Mas o VisiCalc em si, apesar de representar um conceito inovador, não era um grande software. Era falho e limitado, não podia desempenhar muitas das tarefas que os usuários desejavam. A grande implementação da planilha de cálculos não foi VisiCalc, e nem mesmo o Lotus 1-2-3, mas sim o Microsoft Excel, que extendeu o poder das planilhas eletrônicas e dispôs às empresas uma grande variedade de ferramentas de cálculo. A Microsoft afirma que faz software brilhante, sem dúvida é uma afirmação no mínimo contestável, mas a planilha eletrônica Excel veio para ficarl. É unânime para todos que usam profissionalmente esse tipo de ferramenta.

Em Busca de Inteligência

Há muitos exemplos de grandes softwares no campo da inteligência artificial. Cada um ao seu tempo. Al por exemplo, produziria inteligência similar à humana, podendo inclusive conversar conosco, nos ensinar algo que não entendemos e combinar grande poder e racionalidade com comandos e dados sem um limite. Mas afinal, como acabou o Al? Muitos artifícios e inteligência insuficiente.

Redes neurais, conceito criado na pesquisa de desenvolvimento do Al, produziu sistemas de identificação de impressões digitais usados plenamente no mundo todo. É sem dúvida um grande sistema de combinação de padrões, mas isso é inteligência? Minha lógica diz que não.